Para mim, para ficar já muito claro, as religiões são um negócio gigantesco em que alguns se aproveitam das fragilidades emocionais de muitos outros para fazerem fortuna.
Nem sempre foi assim, pensa-se que os primeiros homens atribuíram propriedades mágicas a alguns elementos, fossem eles pedras, animais, ou manifestações da natureza, como o raio. Também muito cedo se começou com o culto dos mortos. Em qualquer dos casos tratava-se de explicar o que era inexplicável, e de encontrar um objectivo para a nossa curta existência. Estas noções foram sempre evoluindo de maneira mais ou menos sofisticada, e foram integradas em organizações que se tornaram muito poderosas e ricas nas respectivas sociedades, como por exemplo no Egipto antigo, os oráculos, a ICAR, os evangelistas norte-americanos.
A religião em si não é imutável, vai-se transformando gradual e lentamente de acordo, com as mudanças da sociedade em que tem os principais adeptos, embora algumas das organizações religiosas levem muito tempo a transformar-se. Daí a dificuldade de se ter uma religião universal. As religiões cristãs, por exemplo, com as suas múltiplas seitas, só têm grande aceitação em povos com cultura oriunda da cultura europeia, ou pelo menos com forte influência desta. Continuando a usar a cristandade como exemplo, verifica-se que muitos dos dogmas que são hoje aceites pelos cristãos só foram estabelecidos nos séculos III a X da era comum, como por exemplo a data do hipotético nascimento de Cristo. E, por vezes, o estabelecimento destas “verdades” levou a lutas sanguinárias entre os grupos que preconizavam soluções diferentes e, evidentemente que a opinião prevalecente foi a dos vencedores. Sabemos também que outras religiões, como o judaísmo e o islamismo têm seitas com opiniões religiosas diferentes, que os leva por vezes a guerrear-se entre si, mesmo no mundo contemporâneo.
As sociedades actuais tendem a não colaborar na religiosidade desde que tenham liberdade para isso, daí haver tentativas desesperadas por parte dos negociantes das religiões para as manter a funcionar, mesmo que ninguém acredite verdadeiramente nos poderes das divindades. Claro que há diversos graus de imposição, desde a ocupação da comunicação social para propaganda, instituição de sistemas de educação religiosos, até ao estabelecimento de teocracias de que os estados islâmicos actuais são um bom exemplo. Nestes últimos a vida das pessoas fica ameaçada se se atrevem a contestar a autoridade vigente, como em qualquer ditadura, com a agravante de que o poder é considerado como uma emanação do sobrenatural.
Penso que estas imposições ou manobras provocam reacções, que, a longo prazo, se voltam contra os seus autores, levando a um enfraquecimento efectivo das crenças, o que é positivo na evolução do pensamento. Quando as elites religiosas se apercebem deste fenómeno corrigem o rumo, de forma a não alienar os clientes, mas há sempre alguns destes que se escapam definitivamente e que são uma espécie de sentinelas do conhecimento.
Daqui a muito, muito tempo, quando a Humanidade compreender bem o Mundo de que faz parte e o papel que nele desempenha, e não necessitar de bengalas espirituais para ter estabilidade emocional, a religião desaparecerá (e ninguém lhe notará a falta).
Podem-se consultar as regras aqui.
4 comments:
"...todos os religiosos acham que a sua religião é a verdade e que todas as outras são pura fantasia ou superstição. "
Esta simplificação é uma distorção grosseira dos factos. Nunca ouviste falar em diálogo inter-religioso? Pensas que quem participa nesses diálogos tem esse tipo de atitude?
:-)
Temos que distinguir entre as hierarquias e os adeptos. Os primeiros juntam-se para ampliar o negócio, mas os segundos, que são aqueles que são religiosos têm uma atitude fortemente hostil em relação a outras correntes de pensamento.
P. Amorim,
muitas ideias pré-concebidas, hein?
Olha isto.
Vês adeptos com atitudes hostis em relação uns aos outros?
A realidade é um pouco mais complexa do que julgamos.
As pessoas citadas são todas importantes no seu meio o que confirma o meu post comentário anterior.
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