Wednesday, July 04, 2007

O proselitismo das religiões

Suponhamos, de uma forma muito imaginosa, que o Eng. Belmiro de Azevedo, e uso este nome apenas porque é muito conhecido, vinha dizer que a sua gestão da SONAE era inspirada por um deus qualquer, que teria aparecido na cúpula de um dos seus centros comerciais e lhe tinha comunicado as suas preferências através de um telemóvel Optimus.

Logo seria alvo de dois tipos de epítetos, ou estava louco, ou era um grandessíssimo aldrabão, vigarista e outras coisas parecidas. Em qualquer dos casos o que estaria a fazer era tentar arranjar mais clientes para as suas múltiplas empresas.

Como este empresário, e muitos outros que se assumem por esse mundo fora nessa mesma qualidade e dispensam inspirações divinas para angariarem freguesia, recorrendo antes aos meios normais de publicidade, não há que os censurar: é o seu modo de vida, ofício, emprego, meio de angariar sustento, chame-se-lhe o que se quiser.

Nas religiões organizadas o caso é, aparentemente, diferente, os constituintes das organizações fingem que nada ganham com o que fazem, fingindo que quem ganha são os adeptos. Se olharmos para a maneira de viver dessas pessoas verificamos que a maioria (há excepções) vive no luxo e goza de facilidades completamente interditas ao cidadão comum. Para manter esta situação todas as seitas necessitam de aumentar o número de adeptos para que as contribuições para o funcionamento da seita aumentem, e, portanto há que recorrer à publicidade.

Para manter as aparências as seitas não podem pôr anúncios nos jornais ou na TV, por exemplo, dizendo que a seita X leva o adepto mais depressa para a salvação (o que quer que isso seja) sem estragar o fato. Têm que ser mais subtis, arranjam uns programas pseudo-culturais em que o objectivo é o mesmo, enviam visitantes a casa, ou abordam os incautos na rua. É isto o proselitismo. Acusar uma seita, como a ICAR, de proselitismo é o mesmo que acusar uma vaca de dar leite, ou uma águia de voar: faz parte da sua natureza e sem essa atitude não sobreviveriam.

Que exemplo o do baptismo, em que, na maioria dos casos, um inocente bebé é iniciado na religião. Se não fosse ateu diria que se deus quisesse que tivessemos religião nos faria nascer já baptizados (ou outra coisa, conforme a religião).

Temos é que nos defender e defender os nossos da contaminação por esses aldrabões e evitar que o proselitismo, cada vez mais activo, de todas essas seitas tenha sucesso na sociedade em que vivemos.

Este post foi despoletado por outro, da autoria de Carlos Esperança, "O proselitismo do Opus Dei"

1 comment:

Anonymous said...

A “cruzada” para conversão da Rússia ortodoxa, não encontra uma apologia “explícita” na fraude piedosa da “mensagem de Fátima”, não contivesse esta anedota uma bizarra contradição cronológica …

13 de Maio de 1917 antecede, quer no calendário juliano (então vigente na Rússia), quer no calendário gregoriano, a data do golpe de estado bolchevista contra a 1º.República Russa .

“Arrumado o pretexto do bolchevismo”, esta “cruzada contra os “irmãos ortodoxos” - herdeiros da igreja cristã de Constantinopla, que soçobrou a 29 de Maio de 1453, calendário juliano - é a manifestação de uma antiga obsessão da icar: o domínio dos bens dos “irmãos ortodoxos”, das mentes e das esmolas de outros que também acreditam no que nunca existiu !

Ver “Das eleições na Ucrânia à conversão da Rússia” :


http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm/idmat/1C907662-DF10-8CAC-2D44B13C962212D3/mes/Fevereiro2005