Tuesday, March 16, 2010

Dizer mal

Em Portugal gosta-se muito, é um verdadeiro passatempo nacional, de dizer mal. Diz-se mal de tudo, dos bolos, dos árbitros, dos bifes, dos vinhos, da iluminação, da TV, dos filmes, mas continua-se a comer os bolos, a ir ao futebol, a comer os mesmos bifes, a beber os mesmíssimos vinhos, a percorrer caminhos escuros, a ver os mesmos canais de TV à mesma hora e a ver filmes dos mesmos autores. O supra - sumo desta actividade é aquela que tem por alvo o Governo, talvez por herança do antigamente em que se faziam as revoluções de café para demolir a ditadura, depois todas a inventonas e intentonas para derrubar Governos, instalar ditaduras ou derrubar ditaduras e instalar Governos.
Nunca ninguém pensou que, se se pertence a uma organização, clube, agrupamento, como o Benfica, a Maçonaria, a ICAR, o PS, um grupo de teatro, ou outro, há regras que têm de ser respeitadas, caso contrário é melhor a pessoa demitir-se e deixar de fazer parte do conjunto. Não devia ser necessária qualquer norma para, por exemplo, explicar que não se pode ser filiado num partido e fazer campanha contra o mesmo. Se se é católico tem de se seguir as normas da ICAR. Se se apoia o Benfica, não se pode jogar no Sporting.
Pergunta-se: e então a maledicência? Fica para os profissionais, que pena...
Ou então pratica-se em casa, às escondidas, não vá a Inquisição, perdão, a Comunicação descobrir.

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