Não sou fã incondicional de Saramago, mesmo com Nobel e tudo. Não li o Caim e li partes da Bíblia. Entendo que este último livro, pela sua antiguidade, é interessante como o retrato de um povo que se deu a trabalho de ir escrevendo a sua evolução política, administrativa e religiosa. O problema que surge é se quisermos fazer crer que o livro, como outros, foi escrito por uma entidade invisível e sobrenatural que se manifesta através das acções mais estranhas, para um ser que devia ser muito bom. As recomendações de morte e tortura são imensas, mas sempre de forma a que o povo dito escolhido progrida. Ou seja, penso que o deus da Bíblia era usado como instrumento de poder para convencer povos ainda pouco cultos e incapazes de pensar racionalmente, devido à época em que viviam, a executar tarefas convenientes para esse mesmo poder.
O disparate é tentar a continuidade desse procedimento 2000 ou 3000 anos depois, após toda uma estrutura filosófica complexa desde os pré-socráticos a Lacan, passando por Rousseau, Nietzsche, S. Tomás de Aquino, etc..
O disparate é tentar a continuidade desse procedimento 2000 ou 3000 anos depois, após toda uma estrutura filosófica complexa desde os pré-socráticos a Lacan, passando por Rousseau, Nietzsche, S. Tomás de Aquino, etc..
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