Tuesday, February 03, 2009

Confusões

Uma coisa que o cidadão comum sente, e não só agora, é que os poderes institucionais da República não cumprem com rigor os seus papéis. A acrescentar a estes ainda há o quarto poder a ajudar à barafunda. Este último, a Imprensa, só vê as audiências ou tiragens fugindo a qualquer consideração de ética profissional assim que vislumbra um aumento de receitas. Os poderes institucionais andam também de cabeça perdida. O Presidente da República convida padres para cerimónias oficiais, critica Leis que promulgou, faz birras com outras e ninguém percebe porquê... Na Assembleia da República os deputados faltam a votações de propostas próprias, parece que estão sempre mais ou menos ausentes em "trabalho político" esquecendo que nós é que lhes pagamos e subvencionamos os partidos, para que estejam lá; o resto deve ser tratado nas horas vagas. O Governo está assarapantado, e não é para menos, com a crise e parece não saber o que fazer, excepto seguir o que os Governos dos grandes países da UE decidem (não é muito mau). A Justiça produz sentenças imcompreensivelmente leves para casos que consideramos graves e ao invés aplica mão pesada em crimes que socialmente não são reprováveis. Tem ainda a ficção chamada "segredo de justiça" que melhor seria chamar-se "segredo de Polichinelo" uma vez que, quando os casos interessam, todos os media parecem saber tudo, até antes dos investigadores...
Admirem-se, portanto, os membros destes órgãos se a população se distanciar cada vez mais de tudo o que cheira a poderes públicos, não votando, fugindo à Justiça e tratando da sua vida o melhor que se pode sem se chegar demasiado à República.

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